Um bebê morreu pouco depois de nascer em um hospital de Jataí, na tarde de quarta-feira (23). De acordo com os pais da criança, o parto demorou a ser realizado e isso teria comprometido a saúde da menina. Em função da greve dos policiais civis, que teve início há mais de um mês, o caso não pôde ser registrado na delegacia da cidade.
A mãe, a dona de casa Tatiana Dantas de Oliveira, conta que estava com 40 semanas de gestação quando deu entrada no Centro Médico de Jataí. Mesmo passando mal, ela só teria sido atendida cerca de três horas depois. “Eles me disseram que eu estava dilatando e que estava tudo bem”, lembra. Logo depois a criança nasceu em um parto normal, mas em seguida sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.
De acordo com o pai da recém-nascida, o pedreiro Fábio Francisco Santos, os médicos relutaram em realizar uma cesárea. “Minha esposa estava sofrendo com dores e eu expliquei a eles que ela precisava logo da cesariana, pois a criança já tinha passado do tempo. Mas eles disseram que dariam um soro e que logo ela ganharia a neném”, explicou.
Essa seria a quarta filha do casal. Segundo a mãe, todas as outras gestações foram tranquilas e desta vez, até entrar em trabalho de parto, a criança não havia sido diagnosticada com nenhum problema de saúde.
Na residência em que a família mora, tudo já estava preparado para receber o bebê, com carrinho, banheira, berço e um guarda-roupas repleto de produtos infantis. Ainda muito abalada, a mãe conta que só pôde ver o rosto da filha durante o velório. “Nove meses esperando, preparando e aí chega a hora e dá tudo errado. Queria ela pra mim, mas fazer o quê?”, lamentou a mulher.
A diretoria do Centro Médico de Jataí informou que todos os procedimentos previstos para um parto normal foram realizados e que não houve demora no atendimento. Ainda segundo a unidade, a criança apresentava um problema no coração e morreu em função de complicações cardíacas.
Apesar de tentar denunciar o caso às autoridades, os pais não conseguiram registrar boletim de ocorrência na delegacia da cidade, pois a Polícia Civil continua em greve desde o último dia 13 de setembro.
Fonte: G1 Goiás
